quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Não mais

O dezembro que nunca apareceu finalmente chegou, um tanto quanto tarde. Não sei mais quem tu és, nem o que queres. Não te conheço mais, e por vezes isso me feriu. Não mais. Eis que me acostumei com a tua ausência, e não sei se me agradaria a presença, por menor que ela possa ser. Saberei eu sorrir diante de ti? E tu, o que farás? Tantas perguntas sem respostas... No entanto já nem sei se há necessidade de serem respondidas. Não mais. Tanto tempo... Já estás tão longe, que nem mesmo a menor das distâncias entre nós será o suficiente para ficarmos perto. Não há vontade de aproximação. Não mais. Tu já não passas de notas guardadas e lidas por acaso vez ou outra, não passas de uma vaga lembrança de algo bom que virou nada. Não existem mais espaços que possamos ocupar uma na vida do outro. Não mais. E tudo bem, pouco mais de um ano se passou, tanta coisa mudou por aqui e por aí, não existem motivos para remoer o que passou, cutucar machucados, rever cicatrizes... Não mais.




Larissa Alberti

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